Na sala ao lado
Urge esplendor
Não importa
Se há sangue
Não ligamos
Se o pobre
Sente a dor.
O uniforme condena
Daquilo que dizem
Amor já passou
Hoje apenas
Restam os pontos
Da profundidade
Do metal
Em pele.
Corre e pegue panos
Pois irá parir aqui mesmo
Um futuro sem cinza
Com acordes medonhos
Senta e se acalma
Pois tudo
Pertence.
Já houve morte aparente
Mas não importamos
Nasceu o distúrbio
Senhor dos vidros
Transparente
Na mentira que julgamos.
E de perto é nada
Esse poema
Da maleficência.
Olhe de longe.
Os sentidos não rimam
Nada mais
Nada
Cais
Barco
Glote
Morremos na praia
E na sala ao lado
Uma tortura
Suportável
Em nós.
By Camila Passatuto
Nenhum comentário:
Postar um comentário