Desculpe por hoje, pelo o “eu te amo” em prantos, pela
tormenta que só em mim surgiu. Desculpe pelo piano maluco, sem notas de nós,
pobre o bastante para acordes e acordos, meninas e amores... É de desculpa
minha carta final, ao lado do livro e da página marcada com bilhete em recado,
com a proposta de outras vidas. Perdão ao pecado que não pude cometer. Matar.
Quem sabe... Morrer.
Apanho alguma ladeira que ficou para depois, aconteço em folha
de papel e olha só... Veias dilatadas por remédios planejados em salas brancas,
dizem que curam o meu escuro. Ah! Qual estilo vai perder a razão entre linhas?
E me desculpa por falar sem poesia naquele que era o melhor olhar de promessas.
Encontro desmotivado o poder de adiantar, ora menino, ora
mulher. Um dia poema, no outro... Nem rima, em sacola plástica daquele odor,
nem isso, oh, mãe, nem isso, mulher.
Desculpe pela literatura perdida em mentes vadias, que conta
pequenas histórias ao versar de mim.
Não. Não me chame poeta, pois sou a desculpa tímida de Deus, sou a máquina de
escrever do diabo e a salvação de almas sonhadoras. Não sei de anjos, mas permaneço
em pulo ensolarado da menina-ouro, filha de mãe-raio e desejo que futuro
prometeu.
Sem mais estender meu falso lamento, peço que não arranje predador
nenhum para tua carne. Leia os livros amarelados e dê muita atenção aos
bilhetes, à poesia que te foge e ao poeta que mira, toda noite, sua doce e robusta morte.
By Camila Passatuto
Um comentário:
wow
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