O vermelho jorrou pelos dedos.
Que destino!
Na primeira esquina
Manchei a donzela
Pelas pernas.
Que destino!
A criança queria
Do outro lado da rua
Um dengo
Abracei forte
E sua carência
Rubra ficou
Pelos meus braços
seu corpo pequeno
Desmanchou...
Desmanchou...
Sem contar
Das noites
Das fugas
Dos amigos
Que acalantei,
Dos amores
Que em mim
Vivi e doei.
Tanta dor
Eu fiz, Meu Deus!
E no momento
De partir
Ele se fez pra mim.
Ora, Meu Pai,
O que reserva
Para quem tanto
Esmoreceu (n)a vida?
Nada haverá, meu filho,
Apenas
Sua glote
Tomada por tinta.
By Camila Passatuto
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