Era um feto qualquer
Sem destino
Sem possibilidades
Aos traços
Traçou.
Levantou
Andou primeiro
Do que falou
Feto nulo de futuro.
Passa o tempo
Olhares
Desacreditados
Alma limpa e sonhadora
Sonha aos risos dos incrédulos em ti.
Sobe degrau de atenção
A cada fase
Uma vitória sem querer
Resultado
Das batalhas sangrentas
Vencidas em pleno ardor
Infantil.
Silêncio em grito
Papel geme baixinho
Queria salvar
Pessoas
Vidas sem cores
Poesias e amores.
Escreveu certa vez
Um verso
Que pedia aborto
De sua alma.
Lembrou quando ainda era feto
Pequeno e sem pensamento.
Olhou o verso
Viu-se estragado
Tinta
Formas
Aquilo era poesia?
Quem além lia?
Amassou-se ao papel
Feto por feto
Enrolado num canto de lixo
Ali embolado
Poeta de agora
Venceu o cansaço
Rimou o esperado.
Holofotes aos montes.
Chega de hoje
Chega de ontem.
Quis renovar sua obra
Um tiro
Sem queimar roupa
Varou
O varal das idéias.
E o fim chegou
Não tão tarde
Não tão cedo
Para vida breve
Atemporal de seu tempo.
By Camila Passatuto
Um comentário:
Lindo!
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