Em C me acomodo num canto pequeno da pequena cama de casal. O dia não foi bom, mas não foi de todo mal. Eu senti febre, eu senti o corpo cair e não pude intervir; eu já não sinto mais nada depois de muito tombo ao tentar subir a escada.
Hoje eu permaneci sem vida por alguns segundos, ninguém percebeu. Melhor assim, velório precipitado é muito ruim.
O corpo queimou, o braço adormeceu e o mundo que sempre parecia tão parado, girou apressado quebrando os espelhos do meu equilíbrio.
Hoje eu me senti só. Sem pessoas e sem um Deus que me falasse que hora, que tempo, que vida me pertencia diante daquele desespero de se tornar etéreo.
Eu não liguei para quem eu tinha que ligar, eu não abracei quem eu tinha que abraçar, eu não falei e não gritei o que tinha que libertar. Eu não tive tempo, hoje tudo estava escasso... Minhas coisas e eu começamos a querer nos travestir de nada, e numa nota de jornal, virar importante relato.
3 comentários:
Men senti caindo, aos poucos.
Camila, muito bom!
Como Dona Cor, disse me senti cair, igualmente. Quase uma facada. Adorei.
Beijos
As quedas e mortes da vida...
Muito bom, adorei teu blog.
Um beijo!
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