Deus, explica essa desavença de razão.
Como pode alguém ser tão triste e feliz ao mesmo tempo?
Deus, explica essa minha falta de emoção.
Para outros jardins não tenho mudas suficientes a florescer.
Meu Deus...
Alavanca em mim o discernir eterno do amor
A força que me faz calar diante de tanto esplendor.
Deus, meu camarada, diz a ela que não pode fazer invernada
Em sonhos que tão quentes quanto os meus, nada ascende...
Vivo em pecado com a verdade; toda sagrada vez que calo.
Calo em mim apenas palavras, meu camarada, grito a alma.
Deus das regras sem condutas,
Exige de mim o conter,
A fuga voraz. Onde, dela posso me esconder?
Diz a ela que não dá mais
Tive sonhos tempos atrás
Eu corria e impedia...
Hoje vivo a angústia que provia.
Deus, as madrugadas são santas nuas
Envolvem qualquer perdido
Como eu que vago em pensamento pelas ruas
Livrai-me das rosas sem pétalas
Dos vinhos que invadem em mim outro ser.
Deus, explica para mim
Qual o sentido de tudo nunca ter fim
Vivo como homem eterno
Esperando o que é ação em meu caderno.
Deus, diz a ela que na cidade as pessoas não existem
Que estou só entre os muitos sozinhos, cegos e mendigos...
Que arranjo um trocado com os poemas que faço, refaço.
Diz a ela que sobrevivo rindo dos pássaros da praça
Que mesmo com asas
Não conseguem se libertar de suas próprias almas.
Diz a ela que sou triste
Que sou pedinte
Que sou ouvinte dos homens que não tem o que falar.
Deus, onde está sua presença a não ser em todo lugar?
Então, diz a ela que sou teu
Diz que quando sentir saudade
É para pulmonar.
Porque tu és ar
Diz a ela que estou em ti
Que quando ela quiser ter a mim é só respirar.
By Camila Passatuto
2 comentários:
rerre, tu podia escrever um livro viu, muito boa suas poesias!
acesse tbm o circulo de fogo, clica no meu nome!
veja o nosso contúdo!
Uau, guria! Curti demais e quero carregar para a próxima revista cultural! Pode?
Beijos
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