O mar; amaldiçoado mar.
Das ondas traiçoeiras,
Das mortes,
Das perdas.
Sua imensidão não me cativa,
Não emociona,
Não me convida,
Fala-te, sussurro infernal.
Mar que invade meus sonhos.
Faz-me afogar, mar que entra,
Mar que sai, mar que é tormenta.
Mar que só traz a vontade de chorar.
Seus peixes não me alimentam,
Suas ondas só em quebra-peito.
Seu azul estonteia.
O que em ti reluz é alma fagueira
O mar que estranha,
Faz amores, ondeia paixões.
O mar que repete o linguajar, chuá
É o mesmo mar que me faz chorar...
Amaldiçoada vastidão em ti.
Seduz quem pode,
Leva para longe, leva.
Esconde meus botes.
Não navego, não velejo,
Não viajo em tua bravura.
Teu mistério se revela
Cúmplice de minha sepultura...
By Camila Passatuto
3 comentários:
Intenso. Feito um mergulho, feito o próprio mar.
Muito bom!
www.relicariovazio.blogspot.com
www.confrariadostrouxas.blogspot.com
Que morte linda!
Ah mar!
Amar
Beijos
Muito bonito, Camila!
Ilustra bem a dualidade simbólica do mar, parabéns.
Beijos.
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