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Pela calçada quebrada, são meus passos,
Na cabeça do matador, são meus rastros.
Os doentes que esperam não me leem, não.
E famintos que esperam não te condenam, são.
Pela mesma situação, eu escrevo e você lamenta.
Quais atos valem e rege qualquer rima, poema...?
Que a escrita seja liberdade, mas para quem?
Que seu calibre seja vida, mas para quê?
Venham, pobres, poetas,
Pensadores de desconhecidas razões.
Abram alas para esse povo
Que de grande só tem o coração.
Pela calçada quebrada, são meus passos,
Pelo folhear de páginas, olhos descalços
Que sentem na alma o poder de cada verso.
E famintos que me esperam não me condenam.
Venham, pobres poetas!
Venham, assassinos!
Venha quem tem fome de saber se tem arroz,
Poesia e prosa. Comam, sonham e digiram só depois...
By Camila Passatuto
8 comentários:
Um poema de protesto, bem escrito e atual!
ótima maneira de expressar esse sentimento 'e qual é o objetivo?', texto realmente muito bem escrito e levíssimo de se ler.
http://anpulheta.blogspot.com
Eu, um pobre poeta, digo que a riqueza de sua obra é o que há.
Parabéns!
abs,
seuanonimo.blogspot.com
Parabéns pelo poema!
Ótima maneira de protestar. Fome, miséria, censura, concentração de renda, tudo em 20 linhas. Gostei.
Desculpe-me pela demora.
Bela relação entre a poesia e a fome.
Nós, os poetas, nos alimentamos de tudo o que ocorre e depois transformamos isso em versos, não importa qual seja a situação.
Gostei mesmo.
=)
Bem aventurado seja os poetas, que deles serão as loucuras, o amor, a morte e a dor.
Bem aventurado...
Bem aventurado...
Aventurada...
Parabéns, parabéns...
(adorei)
E essa vida que anda tão seca, tão carente de uma sopa bem quente e de um cobertor. Devoremos, pois, a poesia.
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