Vendedores ambulantes oferecem soluções,
Tem jornal, tem a alma de alguém circulando,
Tem música e tem dinheiro que não é seu, não.
Alguém joga uma pedra e de quebra acerta...
Tem sangue esperto escorrendo pela testa,
Pessoas curiosas com vozes de mosquitos,
Vendedores ambulantes oferecem soluções.
Alguém coloca uma meia suja e estanca, dói.
Os carros não param de passar, o sangue cai.
Meninos com pés negros conseguem moedas.
Tem alguém mexendo no meu bolso, é tarde.
E quem pode salvar, tem música e tem ar...
A cidade corre corre sem se importar comigo
E se você passar, e se você lembrar que agora
Ninguém tem tempo, seu minuto, minha hora.
E quem salva?
Tem sangue meu que escorre e a minha menina que para me salvar corre.
Corre e chega, olha e chora, beija e me ajeita.
Olha o céu como tudo está vermelho, eu vejo.
E seu olhar faz tudo parar, não tem carro, não.
Os mosquitos não foram embora, tem calma, tem alma...
E seu olhar fez tudo passar, vida minha agora vai acabar.
Alguém jogou uma pedra de incerteza e de sorte, é morte.
Menina minha chora sem querer continuar, me olha, me olha,
Coloca minha testa no lugar, seus seios se molham do meu sangrar.
Ah, e como escorre esse gozo de vida
Sua voz vai e vem, chamando-me
Mimando-me
Salvando-me
Corre e chega, olha e chora, beija e me ajeita.
É cidade, minha menina, perigosa demais...
E vou caindo de mansinho em seu colo, atirada no chão.
E vou me deixando morrer em seus braços e vou indo... Indo...
Quando escuto o seu clamar de milagre
Ah! Como eu queria ficar
Mas e hora de ir e deixar
Minha vida vai se indo
Vendedores ambulantes oferecem soluções
Meu corpo desfalece em seus braços
Um trovão de natureza anuncia a tal tristeza
Vou-me indo e te deixando, alma minha vai chorando
Teu abraço vem mais que apertado contra meu corpo
Corpo inexato
E não tem mais sangue
Apenas o crime infame
Tem jornal, tem a alma de alguém circulando,
Tem música e tem dinheiro que não é seu, não.
E tudo volta pro lugar, nada mais a se preocupar
Vozes de mosquitos voltam a falar, outro assunto...outro lugar.
Eu e você ficamos ali
Jogadas em um canto da cidade
Eu já sem a alma e você sendo apenas lágrimas.
E quem salva?
By Camila Passatuto
14 comentários:
Nossa, é tão legal que me bateu até uma certa invejinha aqui xD
Adimiro muito quem tem esse dom para a escrita. Parabéns!
Excelente, muito bem escrito!
Tenho bastante medo de poesia, sofri um trauma quando era mais criança do que hoje. Desde então leio todas que posso com ressalvas, tenho medo de levar alguns tapas ou ouvir (ler) algumas verdades ´cidas e inevitáveis.
De qualquer forma poesia urbana me atrai.
Escreves muito, mas muito bem mesmo! Que encanto, obrigado pela oportunidade de te ler.
naum gostei, se botasse uma coisa mais cazuza ficaria melhor
kkkkkkkkkkkkkkkkkkkk
Eu sou Camila, é por isso.
E QUANDO PERDEMOS?
Muito bem escrito. Pareceu mais uma história de cordel pelo fato de contar uma estória de amor.
Gostei muito, espero retornar.
http://moviment0.wordpress.com
muito legal
vc tem talento
parabéns pelo blog eh ótimo..
adoro poesias.
abç
Nossa que forte, muito bom adorei pense, seus textos são lindos, conseuem passar a mensagem assim com uma marcante sensação que nos deixa.
BLOGdoRUBINHO
www.blogdorubinho.com.br
www.twitter.com/rubenscorreia
eu definitivamente amo esse texto!
Bom texto. Também gostei, como o povo daí de cima. Fazer sucesso é bom né?! Sucesso pra vc!!
camila, adoro seus poemas! são lindos! queria mais facilidade com os versos assim. beijos!
Gostei do texto, Camila. Parabens.
Sucesso. Quando puder, se quiser retribuir a visita:
Música, Cinema e Entretenimento.
http://rodzonline.blogspot.com/
abçs
Que delícia de poema, palavras muito bem empregadas. Você faz muito bem a estrutura dos poemas, parabéns!
Beijos.
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