Sofro do silêncio
Esse ato nulo
Que entrava os dentes
Persegue e some.
Sofro de tanto
Que nem pranto.
Lembro dos dias.
Cheiro forte...
É noite.
Sofremos do mesmo
Do mal dos covardes
Espelho que não reflete.
Dorme
Minha alma
Dorme na paz inquietante do não poder
Do não falar.
Morre miúdo
Susto de pensamentos
De verbos possíveis.
Cala mais um pouco
Sua existência.
Sofro do silêncio
Da bala alojada.
Filhos em luto.
Sofro da vida
Injustiça moderna
Que curtem
Os loucos...
Os loucos...
Aos poucos.
By Camila Passatuto