Biografia da Autora

Camila Passatuto nasceu em 1988, na cidade de São Paulo. Autora dos livros "Nequice: Lapso na Função Supressora" (Editora Penalux, 2018) e "TW: Para ler com a cabeça entre o poste e a calçada" (Editora Penalux, 2017).

Editora do projeto editorial O Último Leitor Morreu (conheça o projeto e as publicações). Escreve desde os 11 anos e começou a atuar nos meios digitais, com blogs de poesias e participações em diversas revistas e projetos literários, em 2007.

Contato: camila.passatuto@gmail.com


terça-feira, 23 de abril de 2013

Relatos 2


Senti toda aquela insanidade me acariciar os lábios, tomava em mãos minhas verdades absurdas e as lançava pelas paredes negras. Dentro de mim parte do mundo habitava, eram prédios em forma de gatos e garotas rastejando em seus vestidos amarelos - a contrastar minha vontade.

Vozes que de onde nunca vinham, sempre estavam. Era preciso um controle, gritavam os medrosos; e quem  ligava para um corpo que trepidava (?)... Eram pesadelos demais em todas as esquinas e eu senti a amargura daquela gente penetrando meus ouvidos... E dancei só pela vastidão da avenida úmida, dos faróis verdes, das crianças suas, do trovão espelho.

E a entrega do ser diante toda realidade e distimia do mundo, eles gritavam: “sonhe, seja a felicidade que quer!” . E eu tinha insônia da vida.

Bebi num bar qualquer, acompanhado de corpos e copos que não pude fazer distinção. Foi ali que senti o convite do paladar, ela chegou mansa, sorriu moça e meus olhos blindados ofereceram minha boca, foi ali, no qualquer de um dia que senti toda vossa insanidade em mim.

By Camila Passatuto

quinta-feira, 4 de abril de 2013

Não sou eu

Meus últimos textos, minhas últimas lágrimas... Acho que fugi de mim, deixei-me no vácuo do não reconhecer meus atos-sentimentos. E olhe quantas vírgulas, por onde andam meus pontos?

Não sou eu.

Engaiolaram minha brutalidade e não aprendi a lidar com o melado da rotina. Sigo a escorregar, sempre. Tentaram dominar o que eu era, mas acalmar uma alma que de sua vastidão e destempero fez sentido limiar do ser... Um pecado.

Tirem os remédios e as regras de mim... pois não sou eu esse a buscar algum sentido para aquilo que me bastava a vida.

By Camila Passatuto

quarta-feira, 3 de abril de 2013

Anistia


(Avisem os anjos)

O povo deleita do poder
De facilitar as injúrias
Pecaminosas do poder.

Ensinaram o perdão
da culpa, o juízo.

Deitem na estrada
Pois os caminhões
Irão romper
Seus músculos.

O sorriso fácil
Na sacola plástica
Basta.

Salve seu rei
Limpe sua honra.

E o mundo
Será uma velha transa,
Um sorriso pouco

(A nossa mentira boa)

Que irá prestar
Para preencher
O vazio dos dentes.

By Camila Passatuto