Os olhos
Aos alhos
- Percorrem minhas
(agonias -
famintas)
- de temperos -
"em água..."
Sem lágrimas.
By Camila Passatuto
Biografia da Autora
Camila Passatuto nasceu em 1988, na cidade de São Paulo. Autora dos livros "Nequice: Lapso na Função Supressora" (Editora Penalux, 2018) e "TW: Para ler com a cabeça entre o poste e a calçada" (Editora Penalux, 2017).
Editora do projeto editorial O Último Leitor Morreu (conheça o projeto e as publicações). Escreve desde os 11 anos e começou a atuar nos meios digitais, com blogs de poesias e participações em diversas revistas e projetos literários, em 2007.
Contato: camila.passatuto@gmail.com
domingo, 18 de novembro de 2012
Ode à Vergonha (Brazil)
Depois daquela tarde – espiei melhor os olhares -
Alertavam, em si, moedas em louvor.
Depois dos tons (dos tombos);
Muita alma,
Pouco amor.
Permitamos.
Oh, virgens, permitais.
(Sexo Arcanjo)
Adentrou os documentos
Restou um país (calçolas e liras)
Terra sem cais, sem mais...
Leis absurdas
Que devorastes os versos miúdos,
Filhos da ponte: devolvam minha honra de anti-herói.
E penso
Ao lado
Esquerdo.
E lento
Direito.
Sigo moderno,
Cinza do que foi,
Paramos parâmetros cotidianos.
Choro como risos em ti,
Fácil de esquecer
Aquilo que mata
O bom de nós...
A alegria dos filhos de milênio.
A alegria dos filhos de milênio.
E depois daquela tarde – entendi melhor os alardes –
Destronaram o certo,
Corruptos de tudo
Mancharam nossa boa juventude...
Depois do tom
Cinza
Do que foi o bom de nós.
Do que foi o bom de nós.
By Camila Passatuto
domingo, 11 de novembro de 2012
Aos que lutam
Você pensou que ao colher a flor o enigma do mundo não
derramaria. Mas eu estava ativo na ação, percebi todo o incomodo. Ninguém quis
te deixar para trás, mas as coisas acontecem de um jeito, às vezes amargo... Quem sabe sem paz.
Abracei (estreito) o que foi; e assim muitos dos meus
suplicaram por orientações para o dia que iria seguir vermelho e inchado... Perguntam por paz.
Desesperado. Relutei dentro e fora do que vivia. Paz nos dias
de hoje... Talvez um quinhão de bebida, infantaria e mentiras por cima dos
muros não rabiscados.
Olho para os restos, bichos e brilhos estonteantes que somos; e que sinal lanço para salvar?
Você pensou em redenção. Porém o tempo pratica na ciranda as estratégias que bem o quer. E digo -Não manche o sorriso, não perca as bocas e
as pernas noviças...
Eu pensei em gritar: Agarre o não querem ceder e escreva em boa letra qualquer felicidade, ou simples oração.
O tempo sempre é vasto e escasso, furacão de sim e não... e todos pediam por palavras, naquelas noites verdes, estranhas, feitas de lutas soltas e guerras livres de nossas mentes jovens e maciças.
Aos que lutam,
Eu pensei em gritar: Agarre o não querem ceder e escreva em boa letra qualquer felicidade, ou simples oração.
O tempo sempre é vasto e escasso, furacão de sim e não... e todos pediam por palavras, naquelas noites verdes, estranhas, feitas de lutas soltas e guerras livres de nossas mentes jovens e maciças.
Aos que lutam,
By Camila Passatuto
sexta-feira, 2 de novembro de 2012
Sem tempo?
Precisava de um minuto a mais em sua vida, repetir algumas
palavras frouxas que residiam, ilegais, em minha garganta rouca. Quem sabe
assim, em golpe esperto, você soubesse dos desprazeres que ali abrasavam mais
um velho sem as promessas do amanhã.
Ao acalantar seu olhar em mim perdi as vírgulas e o passado;
eu precisei me apoiar em pedaço de parede, em madeiras esquecidas nos cantos,
em pernas fortes que se abriam, em mares escuros que nos submergiam...
Eu já avoava sem querer perder o chão e ganhar os ares.
Eu precisava de um minuto a mais antes de minha ida, mas
ora, que triste partida... Não pude confessar, rezar, lastimar, praguejar nossa
miúda história.
Levaram-me antes, esqueceram-me depois.
Levaram-me antes, esqueceram-me depois.
E tanto eu a ti eu tinha que tudo se foi comigo.
By Camila Passatuto
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