Biografia da Autora

Camila Passatuto nasceu em 1988, na cidade de São Paulo. Autora dos livros "Nequice: Lapso na Função Supressora" (Editora Penalux, 2018) e "TW: Para ler com a cabeça entre o poste e a calçada" (Editora Penalux, 2017).

Editora do projeto editorial O Último Leitor Morreu (conheça o projeto e as publicações). Escreve desde os 11 anos e começou a atuar nos meios digitais, com blogs de poesias e participações em diversas revistas e projetos literários, em 2007.

Contato: camila.passatuto@gmail.com


segunda-feira, 30 de abril de 2012

Pula II

Tentamos permanecer, mas o correr de si supera... e navegamos pelo impreciso do não saber por onde. Tentamos permanecer, mas a vida empurra e diz: Vai, menino, faz céu do abismo.

By Camila Passatuto

sábado, 28 de abril de 2012

A Carta dos Cinco Autores


Desculpe por hoje, pelo o “eu te amo” em prantos, pela tormenta que só em mim surgiu. Desculpe pelo piano maluco, sem notas de nós, pobre o bastante para acordes e acordos, meninas e amores... É de desculpa minha carta final, ao lado do livro e da página marcada com bilhete em recado, com a proposta de outras vidas. Perdão ao pecado que não pude cometer. Matar. Quem sabe... Morrer.

Apanho alguma ladeira que ficou para depois, aconteço em folha de papel e olha só... Veias dilatadas por remédios planejados em salas brancas, dizem que curam o meu escuro. Ah! Qual estilo vai perder a razão entre linhas? E me desculpa por falar sem poesia naquele que era o melhor olhar de promessas.

Encontro desmotivado o poder de adiantar, ora menino, ora mulher. Um dia poema, no outro... Nem rima, em sacola plástica daquele odor, nem isso, oh, mãe, nem isso, mulher.

Desculpe pela literatura perdida em mentes vadias, que conta pequenas histórias ao versar de mim. Não. Não me chame poeta, pois sou a desculpa tímida de Deus, sou a máquina de escrever do diabo e a salvação de almas sonhadoras. Não sei de anjos, mas permaneço em pulo ensolarado da menina-ouro, filha de mãe-raio e desejo que futuro prometeu.

Sem mais estender meu falso lamento, peço que não arranje predador nenhum para tua carne. Leia os livros amarelados e dê muita atenção aos bilhetes, à poesia que te foge e ao poeta que mira, toda noite, sua doce e robusta morte.

By Camila Passatuto

domingo, 22 de abril de 2012

Túmulo de ontem (branco ou versado)


A folhagem que cobre o corpo,
Respeita cor amarelada
Envergonha os pastores...
É relva que se recolhe precipitada.

Seu riso nulo
Em tempo concreto
Versa medonho
Soluços de menino.

No verde dos adjuntos
Utilizo o simples
Para adormecer
Rubro penar que insiste.

A folhagem come o corpo
Menina-adubo, aqui,
Já não nasce
Mais sonhos.

E o terno amassado
Descontrola
O escrever censurado...
Pobre do poeta que chora.

E o gozo atrasado
Dorme em desalinho
Sem respeitar nossas cores
Levando contigo, de mim, os amores.

By Camila Passatuto

domingo, 8 de abril de 2012

Ao livro que te nasce sou título sem vírgula

(abre cortina violeta)

Agulhas de amanhecer
Filho, cuidado.
O despertar da vida
Dói e evapora rápido.

(cai o chão)

Ruas e asfaltos
As faltas que surgem.
Fumaças estupram
O melhor de nós, amor.

(nudez de si)

Já em lágrimas
Pobre criatura
Afoga seu querer
Em esperança de arte.

(canivete no fumo)

Por mais espalhar
Rico de palavras
Velho falha
Em Verso- Menino.

(reunião com os clássicos)

Comprimidos
Amassam seu explodir
E narrador em gole
Pausa tarde o por vir.

(fuga de espetáculo)

Agulhas de morrer
Em si, amigo...
Ensina e vai
Na tenra caminhada.

E eu aflito.

(silêncio de boca)

By Camila Passatuto

domingo, 1 de abril de 2012

Razão e Fome


Por colibris que atentam minha mente
Permaneço vão em vácuo, meu amigo.
Díspares de poetas famintos pela noite
Eu, cá em loucura, caço meus pássaros.

O ritmo é assexuado e vagaroso,
As linhas anulam expansão, em mim.
Do outro lado do muro
Talvez liberdade e no corpo carmim.

É hora de fluoxetina no torso, meu pai.
Assovios apressados pulam percepção
E sua escrita desvai pelos becos
Urbanos de éter e nulos da pouca razão.

By Camila Passatuto