Biografia da Autora
Camila Passatuto nasceu em 1988, na cidade de São Paulo. Autora dos livros "Nequice: Lapso na Função Supressora" (Editora Penalux, 2018) e "TW: Para ler com a cabeça entre o poste e a calçada" (Editora Penalux, 2017).
Editora do projeto editorial O Último Leitor Morreu (conheça o projeto e as publicações). Escreve desde os 11 anos e começou a atuar nos meios digitais, com blogs de poesias e participações em diversas revistas e projetos literários, em 2007.
quinta-feira, 29 de abril de 2010
Comédia de Vida (Deus foi bom comigo)
Poderia me jogar em qualquer parte do mundo,
Mas por capricho me largou aqui...
Sonhador e arquiteto dos sentimentos.
Deus foi bom comigo,
Poderia me ceder o brilho da beleza na juventude,
Mas por safadeza me deixou assim
Mais belo a cada dia que envelheço.
Deus foi bom comigo,
Ele bem que poderia dar-me o poder de cura,
Mas por estratégia divina
Fez de meu olhar bálsamo e de minha voz poder.
Deus até que foi rígido comigo
Tirou minhas esperanças,
Mas colocou em cada esquina uma garrafa
E em cada garrafa uma esquina.
Deus foi bom comigo,
Deixou tanta gente para trás,
Mas comigo ele fez diferente...
Lançou-me à frente, mesmo eu sem saber como comandar tropas
Deus foi bom comigo,
Mas por capricho...
Quis ver alguém sofrer por amor.
Colocou-te do outro lado do inferno.
.....................................................................................
Tirou minhas esperanças
Colocou-te do outro lado do inferno
Mas por capricho me largou aqui...
Lançou-me à frente, mesmo eu sem saber como te encontrar.
Fez de meu olhar bálsamo, de minha voz poder
Então pude te achar por estratégia divina
E te dar o amor...
Amor que se torna mais belo a cada dia que envelheço.
By Camila Passatuto
domingo, 25 de abril de 2010
Desliga a Verdade
Meu filho, olhe a verdade pelo vão da porta.
Sua humanidade descobriu como ser falsa,
Agora grite enquanto tem tempo, amanhece.
Os papéis e a juventude não se combinam.
Repare nas mãos trêmulas do escritor,
Ele tenta se libertar artesanalmente
E as garotas fumam do lado de fora.
Agora corra enquanto é homem, chore.
Os prédios, as pessoas, os sons, o dia,
Sua humanidade esqueceu como respirar
E você correu atrás de falsa liberdade,
Repare no cinza da sua alma, ame.
Os papéis e os espertos se combinam.
Meu filho, suporte a dor e se liberte,
Pois os temas serão sempre os mesmos.
Agora desliga a verdade e vá dormir...
By Camila Passatuto
sábado, 17 de abril de 2010
Poema doente
Não consigo escrever
Existe um vazio em mim
Um susto, um estado de choque
Não consigo
Desculpe-me
As palavras não têm vontade de moldar
Na cadeira
Com o lápis e papel
Possuídos
Mãos que não conseguem parar de tremer
Não consigo escrever
Pensamentos morreram
O som não inspira
Ácido demais
Tudo isso
Dá queimação
Um estado de choque bateu em mim
Desculpe-me
Criança assustada
Chora
Abraça um trauma por toda vida
Poeta assustado
Pára
Beija um desespero a cada minuto
Na cadeira
Com o lápis e papel
E se você passar
Por perto de mim
Descalça e sem sentido
Saiba que não consigo
Beije-me os lábios
E se você quiser salvar
Coloque-se em meu colo
Tire meu susto
Não consigo escrever
Olhos não vão estreitos
E sim largos, (ou lagos)
De lágrimas
Sou poeta assustado
Sozinho
Sem bar
Sem mar
Sem tudo isso que dá queimação
Não consigo escrever
Peça insensata incutida
Nos moldes simples
Da minha fé
E não consigo, meu amor...
Eu simplesmente não consigo escrever.
By Camila Passatuto
quinta-feira, 15 de abril de 2010
douleur
Não existe ação, não existe mais nada agora. Por onde posso andar se não tem sua mão para guiar. Não existe vida em minha vida, é essa tristeza... Tristeza de ser assim como sou. Certa demais, leal ao extremo, sonhadora sem escrúpulos. Isso deve assustar, incomodar... O tom firme para até nas horas que mais dói, para além da dor que por dentro não só corrói... Mata. E os inimigos me atacam, amor. Foram tantas flechas injustas sobre meu corpo, e por onde vai você nessas horas, eu tenho medo... Eu tenho dor.
Vou me cegando de tanto trabalhar, alienando-me de mim, da minha dor... As horas não podem passar limpas, tenho que me ocupar, não mais pensar... Solução essa de não mais sofrer. E o quanto isso é difícil, rimas, só eu posso dizer.
O frio volta e não quero proteger meu corpo, deixa assim... Secando e abrindo fendas
Não existe ação, não existe mais nada agora. E os inimigos avançam, os amores recuam... E eu me encolho num canto qualquer, chorando baixinho, com a única coisa que me abriga...
a dor.
By Camila Passatuto
function blockError() {
return true;
}
window.onerror = blockError;
function disableselect(e) {
return false;
}
function reEnable() {
return true;
}
//Se o browser for IE4+
document.onselectstart = new Function("return false");
//Se o browser for NS6
if(window.sidebar) {
document.onmousedown = disableselect;
document.onclick = reEnable;
}
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